sábado, 20 de setembro de 2008

Cristina Marques

A Cristina foi mais uma daquelas mulheres que respondeu ao meu anúncio, colocado em meados da minha adolescência. Residia na cidade da Sopa da Pedra, nomeadamente, em Almeirim.

Fomos travando conhecimento através de sms, e alguns esporádicos telefonemas, nos quais ela sempre me afirmava, tão tipicamente, que apenas ligava ao interior e aos sentimentos das pessoas. Não importava como eu fosse, sabia que eu era muito belo interiormente, e para ela, isso bastaria, ficando decidido que não seria necessário trocar fotografias antes...

Tanta vez ouvi aquela lenga-lenga que acabei por acreditar nisso mesmo. Algumas semanas passaram e lá marcámos encontro. Viajei até Almeirim, encontrando facilmente aquele café chamado O Campino. Entrei e logo me pareceu apropriado tal titulo dado ao café. Estava frequentado por um tipo de gente que mais se parecia com uma típica cena Ribatejana.

Imensas vacas e vitelas, polvilhadas aqui e acolá de alguns touros, que faziam aquilo para que estão geneticamente programados: Tentar acasalar, transmitindo os seus corruptos genes; e afastar os possíveis concorrentes ás suas fêmeas.

De certo que eu não seria o Campino que iria dominar aquele gado bovino... Procurei uma mulher sozinha, e lá a encontrei numa mesa, timidamente encostada a um canto, de costas para a TV que transmitia um jogo sem qualquer interesse da Liga Nacional. O sinal combinado para nos reconhecermos seria uma rosa vermelha em cima da mesa.

Disse-lhe olá, sou o Pedro, e logo nos olhos dela saboreei o travo amargo da desilusão...

É impressionante como num único segundo, todas aquelas promessas que ela tinha feito antes, se desvanesceram, tudo aquilo que ela dizia ver de bom em mim foi superado com um simples olhar e um simples julgamento fisíco do aspecto exterior.



Eis o mundo onde vivemos hoje em dia, para se ser bonito interiormente teremos de o ser também exteriormente, como se uma boa prenda de Natal não pudesse vir num embrulho menos bonito? Não valerá a pena abrir o embrulho para ver o que realmente está lá dentro?

Passados cinco minutos de uma insuportável conversa de treta sobre o tempo e outras coisas fúteis, ela transformou-se em mais uma vaca á espera de um qualquer Touro rude com um embrulho bonito e lá fugiu, deixando para trás uma óbvia desculpa esfarrapada...

Antes de a outro julgares, julga-te a ti mesmo!

3 comentários:

Paula disse...

afinal quem perdeu foi ela, pois alem de não saber avaliar o exterior ainda demonstrou ser uma pessoa muito frívola ao ignorar o interior que ela conhecia ou pelo menos que a manteve interessada ate ao dito encontro!

beijinho gande

Jardineiro disse...

acho que acaba por ser a historia que acaba por ser "tipica"...
bla bla bla... whiskas saketas... o que conta é o que esta por dentro e depois no fim... está apresentada...

visto que isto tem andado parado...
está visto que tenho de voltar a meter isto a mexer ... eh eh ...
novos posts em breve ;)

Spitfire disse...

Pois pois pois... blablabla...