segunda-feira, 21 de julho de 2008

Lilia S.

A Lilia é mais um caso de uma faca de dois gumes.
Ainda me recordo bem das primeiras vezes em que a vi.
Foi quando me inscrevi para uma entrevista e formação para o meu actual emprego.
Após aprovação na entrevista através de um teste deveras básico, ficámos ambos aprovados.
Foi tida uma formação inicial, com uma equipa de 18 elementos no qual ambos estávamos presentes.
A sua maneira de ser prendeu-me a atenção desde logo.Indicava uma certa fragilidade no seu interior, como se algo a devorasse...
Digamos que inteligência e perspicácia não são os seus pontos fortes.
Contudo, por algum motivo que me é alhieo, simpatizei com ela e optei por ajudá-la, dando-lhe umas aulas "extra-curriculares".
Explicava-lhe o conteúdo da formação e procedimentos e auxiliava-a a estudar, uma vez que era uma matéria na qual eu estava plenamente à-vontade.
Devo antes de mais acresentar, que isto foi feito com a mais inocente das intenções da minha parte.
Era mais que óbvio que sozinha ela não iria conseguir, uma vez que a formação envolvia conhecimentos bastante técnicos.
As suas notas melhoraram um pouco, contudo permaneciam muito no limiar do minimo pretendido.
Chegado o dia do exame final, eu por meios e acções não muito correctas, fiz grande parte do seu exame, dando-lhe as respostas.
Ela conseguiu assim obter uma boa nota e ficou aprovada para o serviço.
Fiquei deveras satisfeito com a minhas prestação e com o que havia feito. Ela havia conseguido...
Pensava que tinha assim arranjado mais uma boa amiga.
O tempo passando, a Lilia foi mudando... e assim foi mudando inclusive a sua atitude.
Em pouco tempo clamava que era a melhor no que fazia e que só havia conseguido única e exclusivamente graças ao seu esforço e empenho.
Posso não o ter feito para obter qualquer tipo de agradecimento, contudo a sua atitude para comigo deixou-me deveras revoltado e desiludido.
Desde tratar-me com desprezo e cinismo, até ao facto de se vangloriar a plenos pulmões que seria a melhor de toda a equipa (o que é completamente incorrecto...).
Sinceramente, sinto-me desiludido com tais actos e palavras...

Preza os teus conhecidos e acarinha os teus amigos...
... um dia irás precisar e eles não estarão lá para te apoiar e ajudar...
... até pode não estar lá ninguém sequer.

domingo, 20 de julho de 2008

Penélope

Tivemos a sorte de ter um dia de sol, ou direi antes, um fim-de-semana de sol...
Há anos que não andava de comboio... e o meu avô sempre me disse que a maneira correcta de sair com uma rapariga era de transportes públicos... a ideia foi dela... ele sempre me disse que deveria pagar o bilhete de ida e esperar que a rapariga fizesse o mesmo à volta... ela antecipou-se mesmo na ida...No dia das "primeiras vezes após anos", um sábado, o horizonte foi tomando cor com o toque da Penélope. Um toque decidido, firme, forte, com garra... mas visivelmente terno.
Ao fim do dia, quando a levava a casa e conduzia o mais devagar possível pelo prazer da sua companhia, ouvi-a dizer - Adorei este fim-de-semana... vou ter saudades. - entre ouvir a frase e chegar à porta foi apenas uma curva... parei... lembro-me nitidamente de ter pensado "Não me abraces!"... pois foi isso que a Penélope fez... abraçou-me! E nesse abraço, eu, de nariz enterrado nos cabelos dela, embriagado, perdi-me... francamente, ainda me perco só ao fechar os olhos ao pensar nesse instante... e sinto o arrepio, o desejo e o receio do beijo que se seguiu...

Estaria pronto para tal? Dois dias depois acordei violentamente ao bater na traseira de outro automóvel... confirma-se! Era um novo começo... estava apaixonado!

Cláudia

Na escola secundária havia muito o hábito de irmos para fora da escola ver a paisagem (que normalmente tinha saias ou calças justas).

Estávamos no inicio do ano lectivo adolescência e hormonas ao rubro, e os meus olhos sondavam aquela rua em busca de novas paisagens com maior atenção que um radar em plena guerra.

Subitamente, surgiu o sinal de um avistamento desconhecido a norte. Não era nenhum avião aliado, mas também não era conhecido por inimigo. Mas de facto era um avião...

Parecia deslizar suavemente apenas centímetros acima do chão. Incrível como, antes mesmo de a avistar, já via ao fundo da rua uma luz brilhante, pura e intensa, a anunciar a sua chegada. O ritmo dos seus passos mais pareciam marcar o ritmo da canção dos Doors que eu entoava na minha cabeça:

Hello, I love you
Won't you tell me your name?
Hello, I love you
Let me jump in your game

She's walking down the street
Blind to every eye she meets
Do you think you'll be the guy
To make the queen of the angels sigh?

Jovem mulher, arriscaria dizer na infância dos seus trintas, alta, esbelta, a fragância tentadora do seu perfume só era superada pelo seu hipnotizante sorriso que contagiou toda a rua. Aquela mulher fazia-se notar e muito! Subitamente, e para meu espanto, entrou na escola. Quem seria?

Era dia de apresentações mas sempre tive curiosidade de saber quem seriam os novos professores. Dirigi-me para o corredor, e aquele cheiro delicioso voltou a enebriar-me. Estaria a sonhar ou seria.... Não pode ser!

-Olá turma, chamo-me Cláudia, sou a vossa nova professora de Filosofia!

Ainda meio atordoado, sentei-me. Esta bela mulher seria a minha professora! Durante a aula apenas pude tomar atenção a toda aquela energia positiva que vibrava nela. O seu olhar terno, doce, meigo, a maneira como colocava as mãos no seu colo. A delicadeza dos seus dedos e aquele gancho do cabelo! Aquele gancho trespassava o seu cabelo enrolado na sua nuca do mesmo modo que o cupido trespassava os corações de quem a via.

Numa certa tarde de chuva, saio da escola depois da aula de Filosofia, e toda a rua parecia chorar algum amor perdido. Porém, vejo que me esqueci do manual e volto á sala. Toda a escola parecia agora morta, vazia, sem vida. Ao entrar na sala sinto novamente aquela fragância enebriante. Vi uma silhueta em contra luz em cima da secretária, imóvil, quem seria e o que faria ali a esta hora? Aproximei-me mais um pouco, e a mudança da minha posição em relação á claridade permitiu-me vislumbrá-la melhor.

Mas que raio? Era a Cláudia e estava sentada em cima da secretária. A sua saia curta, agora deixava mostrar mais um pouco os seus collants. O que faria ela ali naquela hora?

Por momentos pensei em ficar ali assim. Imóvel também, contemplando aquela bela obra de arte. Queria acreditar que se ficasse assim quieto, ela ficaria ali, só para mim, seria tão feliz assim apenas a venerá-la.

Mas os seus olhos lindos notaram a minha presença e tocaram nos meus, fiquei sem palavras, tentei articulá-las mas a lingua enrolava-se a cada tentativa. Ela percebeu, e pediu-me para me aproximar.

Sentia-me preso a este encantamento, não pude resistir. Fui até ela, parei a uns escassos centimetros. Demasiado perto para poder escapar das garras dela, mas demasiado longe do que queria realmente estar! Olhei bem para ela, consegui ver detalhes que nunca tinha visto enquanto aluno, os seus óculos davam-lhe um ar intelectual, mas o sinal estrategicamente colocado quase ao canto do lábio dava, por sua vez, um ar muito sensual.

Perguntou-me o que me trazia ali, a aquela sala, naquela hora. Apontei para o meu manual, felizmente esquecido naquela mesa. Fui buscá-lo, voltei-me novamente para ela, e ela, com o seu olhar, mostrou-me o que lhe ia dentro da alma. Senti ser uma mulher que tinha dedicado toda a sua vida ao seu trabalho, á paixão de ensinar filosofia, mas que lhe faltava algo na sua vida. O nosso diálogo era silencioso. as palavras eram desnecessárias naquela conversa, apenas iriam deturpar toda a pureza dos nossos olhares.

Dela, ouvi nos seus olhos, que tudo o que sempre tinha querido era alguém que a amasse realmente, alguém que a entendesse, e que lhe pudesse mostrar o seu papel como mulher. Senti que tinha passado muitos anos sozinha, obstinada com os seus estudos, tentando mostrar que conseguia vencer na vida, mesmo sem a ajuda de um homem.

Mas agora havia chegado a altura de o lado feminino dela reclamar o seu lugar, reconquistar a sua alma. Notava-se perfeitamente nos seus olhos.

Mas não era eu aquele que a iria salvar daquele estado. Apenas me restou sorrir para ela, de alguma forma, dar-lhe muita esperança e força. Ela sorriu de volta, assinalando que tinha percebido a mensagem.

Poucos meses depois, ela pediu transferência para outra escola, queria estar mais perto do homem que tinha despertado aquele lado dela.

Senti-me muito feliz por ter ajudado aquela jovem professora a soltar-se de todas as amarras, e a tornar-se naquilo que mais belo existe: Uma bela mulher, em cujos olhos arde a chama da paixão...

Ana S.

Boas memórias e recordações tenho desta senhora.
É daquelas pessoas cuja presença não passa despercebida.
Loura, dotada de uma boa forma fisica.
Loura... mas não tem nada de burra.
Já viveu a sua cota de situações menos agradaveis ao longo dos seus 38 anos de existencia.
Um casamento por impulso e no furor da paixão, providenciou-lhe uma nova forma de ver a vida e o mundo que a rodeia.
Meses de sofrimento e de perseguição, embutiram-lhe ume sensação de medo e deram-lhe simultaneamente uma força muito grande e vontade de saborear a vida.
Rebelde, responsavel, confiavel, com um sorriso na cara em qualquer ocasião. Senhora que luta pela sua vida, não perdendo uma oportunidade de sair com os seus amigos e divertir-se quando pode.
Mantendo sempre o seu próprio nível de responsabilidade e moderação, tornou-se naquilo que se pode considerar um exemplo a seguir...

Mesmo quando tudo parece perdido, há que saber olhar em frente, sorrir, levantar a cabeça e continuar a caminhada...

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Marcia P.

O que dizer sobre esta jovem?
Palavras não conseguem bem definir o que vai no seu interior.
Dotada de uma inteligencia e sensibilidade além do habitual.
Reune muitas das caracteristicas daquilo que muito ambicionam ser um dia.
Lutadora, Bonita, Inteligente, Respeitadora e sempre com uma palavra amiga para dizer.
Usa a cabeça e não age por impulsos.
Uma vida com um boa base de partida.
Um curso tirado e com muito boas notas...
Uma familia que a adora e que ela adora igualmente.
Um aqui semi-primo com quem conviveu grande parte da sua vida até à uns anos.
Desde pequenos que brincámos juntos, partilhando parte da nossa vida e das nossas experiencia.
Partilhando gostos comuns e partilhando ideias.
Contudo...Detentora de uma vivência pouco solidificada.
Pouco conhecedora do mundo que expreita em cada esquina.
Alvo facil para os predadores que expreitam nesta sociedade.
Até à data, valeu-lhe a sua cabeça e o seu descernimento.
Abriga-te rapariga, protege-te e ganha defesas...
O mundo não é cor de rosa.
Viveste toda a vida numa casa de beijos, e nessa casa persistes.
Protegida numa redoma que impede que eles entrem...
Mas os predadores aguardam que saias para a luz para te atacar impiedosamente.

Interrogo-me...
saberás distinguir quem são os predadores quando chegar a altura?

Patricia G.

A patricia é alguem muito especial.
Vê-se nos seus olhos penetrantes e meigos...
Vê-se no seu sorriso arrebatador...
Sente-se na sua presença que inunda o espaço onde se encontra com uma nitida sensação de bem-estar.
Senhora de poucas palavras mas com muito para dizer...
Uma forma muito invulgar de interpelar as pessoas, mas muito sua e agradavel.
Recordo-me bem das primeiras palavras que me dirigiu online...
"Olá paspalho"...
Digamos que teve uma aproximação deveras curiosa, mas contudo, foi bem interpretada.
Senhora que diz o que sente quando acha que assim o deve fazer, não que adultere ou diga que sente o que não é real...
mas abstem-se de comentar até que ache que o momento é oportuno.
Senhora reservada, mas com muito para oferecer...
E até uma simples palavra como paspalho, na sua voz melodiosa parece um elogio.
E quem ouve as palavras, ouvindo apenas as suas letras, não entenderá a profundidade dos seus sentimentos... contudo, quem ouvir com o coração, sentirá que é um cumprimento caloroso.
E a essa senhora deixo hoje a minha homenagem por ser uma flor rara como é dificil de encontrar hoje em dia.

Uma flor a preservar... Flor de Lotus

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Leila

Quiz o destino que por influência de um amigo, numa altura menos boa da minha vida, cruzasse caminhos com a Leila.
As intenções desse amigo, eu sempre soube quais eram e eram nobres, libertar-me de um circulo de auto-comiseração que me consumia...
Entre umas saídas nocturnas, fomos parar ao café onde já não ia há muito tempo.
Meus velhos conhecidos... todos lá presentes...Mas havia uma cara nova... uma cara excluída por todos eles...Os avisos foram muitos, "não te aproximes, está destinada a ser posta de lado..."
Tais comentários caíram-me como ofensivos, apesar de não serem relativos a mim..."Não me fio pelo que me dizem... e sim pelo descubro e sei por mim mesmo..."
Levantei-me e fui ter com ela... o seu nome era Leila e era aquilo que se pode chamar um corpo escultural e uns olhos capaz de nos devorar a alma...
Convidei-a para se juntar a nós... sorrindo com receio, aceitou e foi para junto de nós...Estando comigo, ninguém lhe faria nada... eu não permitiria e eles não se atreveriam...
Eles não lhe davam confiança, mas não a tratavam mal ou qualquer coisa do género comigo presente.
Era já tarde, ofereci-lhe boleia e levei-a a casa...
Várias noites passaram, nos qual me juntava a eles e ela a mim...
Aos poucos e de forma inconsciente, fui saíndo da fase negra em que me encontrava.
Começava a nutrir sentimentos algo que diferentes por ela... o meu carinho aumentava...
Uns tempos depois e lentamente, fui-me afastando mais deles e aproximando cada vez dela...
Cada vez mais ia sorrindo, ia recuperando a confiança em mim mesmo...
Mas aos poucos fui percebendo que nem tudo é o que parece...
E que por vezes os conselhos dos outros, há que considerá-los um pouco pelo menos...
O interesse dela aumentava, não por mim, mas pelo que podia fazer por ela...pelo meu carro, pelo "chofer de serviço", pela carteira...
Em bom tempo, meti um travão antes que perdesse o controlo...
A Leila hoje em dia, encontrou e caçou um tipo como o que procurava... (um papalvo)
Dela, tenho boas recordações apesar do seu interesse obvio nas minhas "capacidades"...
Mesmo tendo sido " um parvo", dei o beneficio da duvida e nao me censuro por nada...
Sei que lhe dei uma oportunidade... e graças a isso, inconscientemente, o meu circulo de auto-comiseração foi quebrado...

Apesar de falsa, guardo-te com carinho na minha memória Leila.
As tuas opções de vida são só tuas e tens de lidar com os actos e as suas consequencias...

domingo, 6 de julho de 2008

Manuela

Nunca o cavalo de prata deu tanto de si nas minhas mãos...


Ao telefone disse-me que eu estaria a 15 minutos daquele sítio... demorei metade a lá chegar. A curiosidade moveu-me até ali. Esperava, olhando nervoso em todas as direcções... andava de um lado para o outro como se isso a fizesse chegar mais cedo! Senti-me observado, um olhar fixava-me a nuca... tinha a certeza que sim!... voltei-me e vi-a. Era ela! Era ela quem me olhava... aquele passo da sua caminhada interrompido... nunca o hei-de esquecer... voltando para trás contornando um obstáculo vidrado pelo qual nos observávamos. Encontrámo-nos... e partimos dali...
Estava apavorado, ou seria encantado, enquanto caminhávamos lado a lado falando, ouvindo, rindo, apreendendo e aprendendo o ser que o outro era... eu ainda tinha uma promessa a cumprir! Peguei-lhe ao colo em forma de teste... um teste que fazia a mim mesmo, para saber o que ia dentro de mim, para saber quem era ela, o que era ela. Era leve, poderia dizer que era perfeita, e no momento em que lhe peguei ao colo, soube que não era eu quem a segurava... era ela que me prendia a si... prendeu-me no momento em que se deixou segurar...

sábado, 5 de julho de 2008

"Gata"

Foi assim que a conheci, era o único nome a qual respondia... Gata... quase que uma construção mental de uma pessoa, um esboço, composta por curvas encadeadas que fui colocando na minha mente enquanto do outro lado de um túnel de fibra óptica estava uma pessoa real... Gata... Seria semelhança com o felino propriamente dito? Ocorria-me a famosa, e fascinante, arte de brincar com os ratos... seria eu o rato encurralado a um canto por entre frases de uma gata?...
Às curvas fui adicionando pormenores de personalidade, traços e características, tiques, comportamentos, formas de sentar, de estar à mesa, de pegar numa chávena de café... de como mexeria no cabelo do qual desconhecia o comprimento... Gata!













Acabei por a conhecer... meses mais tarde, e do esboço que fiz, nada tinha a ver com a realidade... nem olhar felino, nem tiques, nem a forma de pegar na chávena... nem sequer gostava de café! Um pouco à semelhança de quem usa dinamite... ela usava a sua própria imaginação para ser alguém.

A Gata nunca o foi.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Sandra

A Sandra era casada com um amigo meu de infância. Tinha sido um casamento algo conturbado, ela instalou-se na casa dos Sogros que nem uma carraça se instala num cão, e começou a fazer o que todas as carraças fazem: Chupar o sangue dos seus hospedeiros.

Na minha opinião, ela aproveitou-se da fraca personalidade do meu amigo, para arranjar um casamento de conveniência. De qualquer modo, pouco me importava, não era problema meu...

...mas passou a ser em pouco tempo. O meu amigo tinha de fazer entregas de móveis a qualquer hora do dia, e num certo sábado de Verão, estávamos os dois em casa dele a ver televisão, um daqueles filmes que já deram 300 vezes na TV.

Ele foi chamado para uma entrega, e como era coisa para uma horita apenas, pediu-me que ficasse á espera dele, para depois irmos lanchar. Procurei então, colocar-me á vontade, e estendi o braço para o lado, nas costas do sofá, numa típica posição de relax...

Poucos minutos depois de ele ter saído, a senhora Sandra, 1,65m, pronúncia francesa típicamente filha de emigrantes, veio ter comigo por trás desse sofá, e colocou-se de modo a que os seus fartos seios ficassem estrategicamente colocados em cima da minha mão.

É espantoso o engenho destas mulheres... Se ainda aí houver cépticos questionando-se se terá sido mera coincidência, irão ver as vossas dúvidas dissipadas dentro de algumas linhas.

Eu fiquei estático, mais imóvel que o homem estátua da Rua Augusta... Aqueles segundos em que sentia perfeitamente ambos os fartos seios da Sandra pareceram uma eternidade. Mas fui mais forte que ela e resisti á tentação de lhes mexer.

Então ela saiu daquela posição, e veio sentar-se ao meu lado. Bastante encostada a mim, como se quisesse aninhar-se em mim. Novamente, não reagi, mas comecei a pensar bem no que me estava a acontecer.

Sentia-me á beira de um precipício com milhares de pessoas a empurrar-me para o abismo. Tentei resistir ao máximo, mas para tudo existe um limite, e a Sandra estava disposta a ultrapassá-lo.

Ela levanta-se então, e diz-me:
-Como sei que tu costumas ser um rapaz que gosta de ir ás compras com as tuas namoradas, bem que me podias dar uma opinião, visto que o Duarte só pensa em carros.

Vê lá se este fio dental me fica bem? Sê sincero e vê com atenção...

E nisto ela vira o seu belo rabo para mim, puxa as calças para baixo, e faz questão que eu veja o tal fio dental cor de rosa, rendado, que lhe assentava terrivelmente bem no seu traseiro.

Resisti o mais que pude, mas isto já era demais... Fiz-lhe a vontade, levantei-me e puxei-a para mim. Ela esboçou um grande sorriso, aquele tipo de sorriso que uma criança tem quando se lhe dá um doce para o qual ela tanto fez birra.

Dei-lhe o doce de uma forma algo dura, mas muito intensa, muito "fisica", porque o tempo disponivel não era muito, mas principalmente porque ela o exigia. Conseguia ver nos seus olhos as chamas do desejo!

Saí antes que o Duarte voltasse, pensando no que tinha feito... A consciência pesava-me. Semanas mais tarde voltei a casa deles, pois ele perguntava-me porque nunca mais tinha aparecido, mas de cada vez que ela o apanhava distraído, ora roçava-se em mim, ora me provocava com o olhar, ora me fazia gestos bastantes explicitos com a boca...

Deixei de lá ir a casa, perdi o amigo, e perdi-a a ela.

Em certas batalhas, a derrota é nossa única saída...

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Vanda

Ela era dona de um sentido de humor cortante... era difícil a qualquer um manter-se sério perto de si. Parecia, e era realmente isso, esconder o pesar da perda por entre o ser o centro das atenções de qualquer grupo... a Vanda foi, e será, uma loucura em potência. Capaz do gesto mais querido, da atitude perfeita em frente a uma objectiva, como no momento seguinte ser a mais imprevisível e instável mistura de reagentes químicos que se possa conceber.
Por entre o que pude conhecer da Vanda, vi carência, vi necessidade de amor, vi um coração capaz de se entregar e amar por inteiro... foi-me permitido ver que, por entre toda aquela imagem de "espalha brasas", existia uma mulher que era bem mais do que o que a maioria via... uma bicicleta de bairro.
Felizmente, por entre a corja de abutres e galifões... da fama não me livrei... apareceu quem a compreendesse, quem a amasse. Nada de bicicletas! Comigo foi apenas um prazer fotografá-la...

terça-feira, 1 de julho de 2008

Priscilla

Por vezes uma mulher consegue surpreender-me e deixar-me completamente atónito. A sério, juro que sim!

A Priscilla namorava um certo rapaz há mais de 3 anos. Ela tinha uma relação com o seu namorado aparentemente normal. No entanto, segundo ele me confidenciou, ela tinha nojo de lhe fazer sexo oral, inclusivé, depois das relações, ela sentia a necessidade de se ir lavar toda, nem ficava ali um pouco nos amassos... E sexo anal era um TABU que nem se podia falar por entre os lençóis.

Até aqui tudo bem, não sou da opinião de se obrigar alguém a fazer algo que não gosta. Não gosta paciência, há outras maneiras de nos satisfazermos. E odeio quem faz chantagem emocional para conseguir certos favores sexuais!

No entanto a surpresa vem já a seguir... A relação com o meu amigo acabou naturalmente, e meses mais tarde, a Priscilla arranjou um outro namorado. Modelo profissional, jurava-lhe amor eterno, muito romântismo, etc. Enfim toda a tipica cantiga do bandido habitual de quem passa a vida a coleccionar mulheres conquistadas, como um miudo anseia por encher a sua caderneta de cromos.

E pelos vistos, esta Priscilla era um cromo raro. Não é que na primeira relação com este modelo, fez tudo o que nunca fez com o meu amigo? Sexo oral sem protecção, anal sem protecção... Enfim, ofereceu o cardápio completo a um gajo que sabia ter tido "N" gajas antes, e tudo sem se proteger.

Não entendo. Ela de um lado da balança tinha um gajo que conhecia perfeitamente, tinham feito todos os testes, e mesmo assim tinham 1001 precauções juntamente com o factor nojo.

Do outro lado, tem um gajo, assumidamente mulherengo, com quem gosta de se relacionar sem qualquer protecção, que não conhece de lado algum, e entrega-se assim. Algo não bate certo! Obviamente, que ele mal a conquistou, colou o cromo na caderneta e partiu á procura do próximo cromo.

O Jardineiro classificaria este gajo como uma Droseraceae Drosera, uma planta carnívora que atrai os insectos com o seu brilho exterior, e estes ao poisarem ficam irremediavelmente presos ás suas folhas pegajosas. Quanto mais se debaterem mais presos ficam. Até que os matam para os começarem a digerir.

O triste desta história toda, além da desilusão que ela teve, foi a doença que ela apanhou, Hepatite C.

Quem vê caras não vê corações...