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terça-feira, 24 de junho de 2008

Fátima

Em meados de 1997, tinha eu 17 anos, a turma do 12º ano decidiu fazer uma viagem de finalistas ao Porto, na altura ainda não se falava de Lloret del Mar. Fomos acompanhados de duas professoras, uma delas era a bela Fátima, professora de Design. No final dos seus bem conservados trintas, mantinha uma boa linha, apesar de se vestir conservadoramente, talvez a gosto do marido.

A viagem tinha a duração de cinco dias, mas ao final do segundo dia sem dormir, já poucos se deitavam ou comiam ás mesmas horas. Assim, uma noite, calhou-me em sorte ter apenas a Professora Fátima como companhia para jantar. Ao iniciar os preparos do meu jantar, ela interrompeu-me:
-Não preferes ir jantar fora comigo?
Aceitei. Rumámos a um belo restaurante na ribeira do Porto. Ela conhecia bem a cidade, pois tinha um andar herdado dos seus avós que agora se encontrava desabitado, onde tinha passado férias na sua infância. Jantámos, e, no meio de uma conversa muito interessante, surgiram alguns olhares de quem tinha outro tipo de fome, como raios de luz que penetram numa floresta escura. Fiz-me de despercebido, mas no final do jantar lá veio o inevitável...
-Vamos dar um passeio?
Concordei. Passeámos junto ao Douro, a lua brilhava como nunca (já vos disse que a lua sempre brilha nestas noites especiais?). Para minha surpresa, ela pára em frente a um prédio cinzento, tipicamente portuense. Explica-me que tinha herdado aquele andar, e aproveitando o facto de estar ali perto, queria ver como estavam as coisas.Acedi, ingenuamente, ao pedido dela.

Naquele momento, nada mais era que um pobre coelho, encaminhado a cair na feroz armadilha de um experiente caçador. Subimos, ela abriu a porta, e realmente o ambiente da casa dava a entender que há muito não era habitada, mas a presença dela inundava agora aquele espaço de vida. A Fátima era assim mesmo, uma coisa por fora, outra totalmente diferente por dentro. Para o exterior lançava uma imagem de rectidão, conservadorismo e o politicamente correcto, mas dentro dela algo de muito especial fervilhava intensamente...
-Espera um pouco, tenho de ir ao WC, volto já, não te vás embora!
Disse ela com um sorriso maroto. Avistei um sofá de cor vermelho paixão, ao mais puro estilo kitsch. Parecia confortável, e realmente era. Acomodei-me e esperei uns minutos. Os minutos pareciam horas. E finalmente a porta abriu-se... O sofá vermelho transformou-se numa cadeira eléctrica, e sofri um choque eléctrico de 20.000 volts.

A professora Fátima tinha vestido uma mini saia curtissima, ao mais puro estilo Kogal. A sua bela forma fisica evidenciava-se agora de uma forma resplandecente. Eu não conseguia articular nenhuma palavra com tamanha sensualidade, e ela sabia-o perfeitamente. Assim o desejara! Ordenou-me que lhe tirasse algumas fotos, nas posições que ela queria. Completamente estupefacto acedi ás suas ordens. Os flashes invadiram aquela sala, como se tratassem de relâmpagos em véspera de tempestade. Mas não tardaria muito em chegar a verdadeira tempestade...

Ela voltou a deitar-me um daqueles olhares penetrantes como raios de Sol e fez sinal para me aproximar. Mal cheguei perto, ela agarrou-me e beijou-me como nunca ninguém mo tinha feito. Senti perfeitamente o fogo que fervilhava intensamente dentro dela. Os olhos azuis dela diziam-me que me queria ensinar algo mais que design naquela noite. E como eu sempre fui um aluno dedicado, assisti atentamente á lição.

Após uns demorados preliminares, ela fez questão de me sentar no tal sofá vermelho, e bem á minha frente, começou a fazer um strip extraordinário, como se fosse uma experiente profissional de um qualquer país de Leste. Depois subiu para cima de mim, fizémos amor com uma intensidade e entrega total, como nunca tinha experimentado antes.

Senti que naquelas horas ela deixou o seu disfarce diário de lado, e assumiu quem realmente era, deixou o seu interior fluir e tornou-se livre. Os seus olhos azuis iluminavam agora toda a sala, do corpo dela emanava uma aura de energia vibrante.

Senti-me honrado por ter participado naquela libertação, é indiscritível e extremamente belo observar uma mulher naquele estado. Entrei na Universidade, os anos passaram, nunca mais a vi, talvez tenha sido colocada numa outra escola distante. Terá ela voltado para o seu disfarce habitual? Uma coisa nunca esquecerei:

Naquela noite, ela foi realmente a minha Professora Fátima, e ensinou-me algo que jamais poderia ter sido ensinado numa qualquer aula vulgar.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Filipa

A Filipa primava por não ligar absolutamente nada a automóveis. Para ela, todos eram apenas meios de transporte com rodas, movidos a derivados do petróleo e que por vezes davam problemas, mais que isso, não sabia e fazia questão de nem querer saber... dizia ela!

Uma segunda-feira, mete conversa comigo sobre o fim-de-semana, dizendo que tinha conduzido o carro do pai, uma dessas máquinas alemãs que custam os olhos da cara, e que tinha adorado! Franzi o sobrolho, descrente do que os meus ouvidos teimavam em fazer chegar ao meu cérebro... como raio alguém que nunca ligou puto a automóveis se sai com uma conversa destas?
Fim do dia, vou em direcção à viatura, um prateado, igualmente alemão mas bem mais acessível e comprado a prestações de fazer doer a alma aos cães... chamam-me, volto-me, era a Filipa... dás-me boleia no teu carro novo, cheio de pinta?... hmmm... ainda bem que os carros não falam!

Citando um diálogo do filme "Batman Forever"...

- What is it about the wrong kind of men?
- The car. Chicks love the car.