segunda-feira, 30 de junho de 2008

Alexandra

A professora Alexandra era como tantos outros casos... uma professora recem formada...
Acabada de tirar o seu curso em geologia, foi colocada na minha turma a dar aulas de Mundo Actual...
Por entre a sua simplicidade, beleza e simpatia, fez tremer o coração de muita gente...
Por ironia do destino, uma vez que fiquei na sala durante o intervalo, a terminar mais uns apontamentos...a conversa foi iniciada entre nos.
Um local em comum marcou o inicio de um à-vontade muito superior ao habitual.


Évora, cidade da minha vida... Évora, cidade onde ela estudara e fizera o seu curso...
A empatia foi imediata...foi o inicio de longas conversas entre nós...
Desde locais na cidade a pessoas, descobrimos que ja haviamos cruzado caminhos anos antes...
As suas saudades pela cidade eram bastante intensas...
Ao que lhe respondi um certo dia"Tens saudades de lá? Vamos então, agora mesmo matar saudades..."
Os seus olhos brilharam e eu fiquei surpreso quando a sua resposta foi afirmativa...
Assim foi... dirigimo-nos os dois para o meu carro, o meu velho Pantera companheiro de estradas...
Apos uma viagem de 140 km's sempre em plena forte conversa, algo sucedeu...
Talvez levada pela emoção de estar de volta a uma cidade que a marcou, abraçou-me forte contra o seu peito...
Levou-me a um sitio que conhecia (eu tambem conhecia, mas não lho disse...)Um velho e milenar miradouro do qual se pode observar toda a cidade...
Eram agora 23:00 e estavamos sozinhos...so nos, as estrelas, a luz... e a vista da cidade...
Soprava uma suave brisa e os seus cabelos ondulavam gentilmente...
Bastou um cruzamento de um olhar para que o vento parasse, os bichos nocturnos ficassem mudos e que o tempo congelasse a nossa volta...
Abri a boca para pronunciar algo... mas antes que o pudesse fazer... o seu dedo indicador pousou sobre os meus labios a pedir silêncio...
Ao seu dedo indicador seguiu-se o doce toque dos seus labios...
Ficámos ali abraçados, como um par matemático que o tempo dividira por dois e que se reencontrara por fim no resultado da equação...
Entre caricias e desejos, fizemos amor ternamente sobre o ceu estrelado, tendo apenas a lua como testemunha ate que o sol nascesse para tomar o seu lugar...
O tempo e as circunstancias... infelizmente, nao foram bondosos para connosco... e o meu curso terminou...
A distancia que separava o resultado veio lentamente tomando de volta o seu lugar...
A Alexandra seguiu um caminho diferente do meu...
A sua memoria e o toque dos seus labios permanecem gravados em mim...
E cada vez que vou ao monte, sinto o seu perfume no ar...
E a brisa que sopra, é a sua mão que me acaricia a face...
Sei que pensa em mim e se lembra de mim... Sinto-o...
Os nossos caminhos voltar-se-ão a cruzar um dia... e será no mesmo monte... a brisa assim mo anuncia...

3 comentários:

Anónimo disse...

Sinceramente.... A cada contribuição vossa fico cada vez mais estupefacto. É realmente um GRANDE prazer estar aqui convosco. Gosto muito do teu estilo de escrito Sr Jardineiro!

Por algumas vezes, já senti o mundo e o tempo congelar á minha volta, adorava voltar a sentir isso brevemente. Mas o tempo vai ser bom para mim. Eu sei...

Elefante das Neves disse...

Oh pinga amor... este é de arrepiar as pedras da calçada!

Angélika disse...

Esperança

:)